Sentindo a areia quente nos meus pés,Quedo-me silenciosa a ver o sol debater-se no horizonte.O som das ondas anuncia as lembranças que desejo apagar,Mas elas voltam em cada vaga que beija a minha pele.Ao longe, perto do céu que me envolve, a gaivota grita a sua liberdade.Quanto a invejo… e, desejo juntar-me a ela…A brisa suave e quente vai tomando forma de sussurro…É um pronuncio de inquietação…E, do nada, trazido na espuma da vaga um som me agita…Só eu sou capaz de o ouvir, só eu o reconheço, sou eu a visada…Tento distrair a minha mente…E deixo a brisa pousar sobre mim…Levanto a cabeça e permito que os raios de sol sejam testemunhas…Testemunhas da perfeita loucura em me deixei ficar…O tempo passa… e cada instante é mais um delírio de dor…Mais uma prisão em mim mesma.A razão dita a urgência de me levantar deste torpor e reagir…A razão…Há muito que permaneço calada, sufocada e trocada pela ilusão…O meu dia começa na alcofa da fantasia… desenrola-se em constante devaneio, e adormece abraçado a uma quimera…Fui louca em te querer…E como louca vivi cada instante de nós…Agora… fiquei como louca de dor por te perder.Deixo que o meu olhar errante de louca se perca no azul do mar… e ao fundo, o vazio…
Fugi … mais de mim do que dos lugares!Não sou a mesma,Olho este rosto conhecido mas não me reconheço…O olhar está distante, perdeu o brilho…Mas sou eu,Ainda não consegui deixar de conjugar as palavras com a dor…Mas estou perto… Um pouco mais perto…
Oh amiga silenciosa e amarguradaSombra que acompanha os meus passosToca meu corpo que definha de desgostoLeva-me contigo, triste alma penadaSuga o resto que em mim ainda viveTransporta-me desfalecida em teus braços.
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