
Os olhos turvados de lágrimas
percorriam sem cessar as mesmas linhas escritas à pressa …
No quarto ecoavam as notas de uma música Jazz pungente.
Teimosamente o olhar parava sempre no mesmo ponto da folha amarrotada,
“… desculpa … não dá mais …”
O papel já apresentava várias zonas humedecidas …
Os dedos prendiam ferozmente aquele pedaço de renúncia,
aquele início de solidão …
De repente … o vazio … a tormenta …
Hoje enroscada na cadeira ao sol de fim da tarde … estremeço!
Sinto o mesmo frio … o mesmo nada … a mesma incredibilidade!
Recordo e sofro … Esqueço e amarguro …
Não te desejo e não te quero por perto … mas permaneces!