
Estava uma noite quente, apenas uma leve brisa se fazia anunciar de quando em quando.
Sentadas junto da árvore mais frondosa do jardim pousámos o olhar no céu… e aí permaneceu.
Sentia a sua respiração, calma, ritmada.
Não eram precisas palavras… bastava a sua presença para me sentir em segurança.
No firmamento a lua iluminava as nossas figuras e deixava adivinhar todo o jardim.
De repente… o silêncio foi cortado pela sua voz suave e doce…
“Aquela…”, “aquela é a tua…”
O meu olhar seguiu o seu dedo longo…esguio…
E vi… vi a mais linda estrela que pulsava no enorme lençol azul escuro…
“Aquela mesmo?” … “Eu gosto…é linda”…e como se chama Bisa?”
Naquele momento desejei, com todas as minhas forças, que a minha estrela tivesse um nome único…pois, naquele momento sentia-me Única.
A avó-velha (nome carinhoso que desde sempre lhe tinha dado) respondeu com um suspiro – “Luz”…
Nessa noite, fiquei horas a conversar com a minha estrela… finalmente, tinha a minha estrela…
Hoje lembrei de ti…”avó-velha”, mas de uma forma especial…e como por milagre lembrei da noite em que tu me deu a minha estrela … Já tinha esquecido!
Procurei-a…, os meus olhos já se sentiam cansados de tanto a procurar na imensidão de estrelas do céu…quando…no momento em que já estava para desistir a vi…Vi a Minha Estrela…Vi a Luz…
Tal como tinha acontecido naquele dia em que tinha completado 8 anos, sorri, o meu coração disparou…e senti-te perto… muito perto Bisa… quase que poderei jurar que a tua respiração calma e profunda me acompanhava…
Ainda Te Amo… Muito…Muito!
Amanhã é dia da Mãe… mas hoje deixo-te esta singela homenagem.