Vagueio vagarosamente dentro destas quatro paredes.
No silêncio, quebrado pelo roçar dos meus pés
descalços no soalho, escuto a tua voz.
Tenho saudade da tua voz!
Desejo “sentir” a tua voz!
Deixo que o meu olhar atravesse o horizonte e te vislumbre de novo.
Ao longe … no passado … tu!
Se me abandonar neste entorpecimento posso jurar! que te toco
e sinto o teu toque … o teu calor … o teu corpo.
Engano-me … deixo-me enganar pelas memórias, pelo desejo.
O desejo de te voltar a ter!
Um carro passa veloz e rompe este meu “sonho”, “delírio” ou “doença”.
E de novo regresso a estas quatro paredes,
à dura realidade de já não estares aqui.
Já não desespero! Apenas esmoreço – não sei de mim.